Uma operação conduzida pelo Ministério Público do Trabalho em Minas Gerais (MPT-MG) resgatou cinco homens que trabalhavam em condições análogas à escravidão em uma fazenda de café em Santa Rita do Itueto, no Leste do estado. As vítimas, com idades entre 25 e 61 anos, foram retiradas do local na última quinta-feira (10/7) com o apoio da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG).
De acordo com o MPT-MG, os trabalhadores não tinham registro em carteira e viviam em um imóvel considerado insalubre, com infraestrutura inadequada e alimentação insuficiente. O grupo também não possuía equipamentos de proteção individual (EPIs) necessários para a execução do trabalho. A operação foi desencadeada após a denúncia de um trabalhador que conseguiu fugir da propriedade.
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Conforme relatos, um dos trabalhadores foi detido anteriormente pela polícia acusado de furto e, ao prestar depoimento, revelou as condições precárias em que vivia. A partir dessa denúncia, a Justiça incentivou a realização da operação, que constou problemas como colchões finos, ausência de roupas de cama, teto danificado e alimentação restrita a arroz e ovos.
Denúncias e intervenção
“Temos recebido muitas denúncias de trabalhadores em condições análogas à escravidão neste período de colheita de café (entre maio e setembro), principalmente nas regiões Leste e Sul. O nosso esforço tem sido muito grande e outras operações serão feitas”, afirmou o superintendente do MPT-MG, Carlos Calazans. Segundo ele, os trabalhadores informaram que eram impedidos de sair da fazenda até o fim da colheita devido a ameaças.
Os fiscais constataram que os trabalhadores tinham valores a receber, que foram pagos somente após a intervenção. O proprietário da fazenda afirmou ao MPT-MG que reconhecia as condições inadequadas de trabalho, mas relatou falta de recursos financeiros para providenciar transporte e acertar as verbas rescisórias. O caso será encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF) para as devidas providências.