A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) registrou 1.896 alertas de incêndio próximos à rede elétrica nos primeiros seis meses de 2023. De acordo com informações da Agência Minas, esses dados provêm do Sistema de Monitoramento e Alerta de Queimadas (SMAQ), que identifica focos de calor a até 1,5 quilômetro das linhas de distribuição e transmissão.
Em 2024, período com maior número de alertas registrados pela companhia, foram emitidos 4.073 alertas. Durante todo o ano, o sistema detectou 18.969 focos de incêndio próximos às linhas de alta tensão. Com base nesses alertas, o Centro de Operação da Distribuição (COD) da Cemig aciona suas equipes para inspecionar as áreas e atuar em focos de incêndio que possam ameaçar a rede elétrica.
Funcionamento do SMAQ
O meteorologista da Cemig, Arthur Chaves, detalha que o SMAQ utiliza sensores térmicos em satélites orbitais para mapear focos de calor em tempo real. As informações são processadas com coordenadas georreferenciadas da infraestrutura elétrica, permitindo uma resposta ágil.
A integração entre o setor de Meteorologia e os Centros de Operação da Distribuição e do Sistema é crucial para a estratégia. A equipe de meteorologistas monitora continuamente as condições climáticas na área de concessão, que inclui 774 municípios mineiros. Boletins são emitidos para que as equipes possam ser mobilizadas com antecedência para as regiões vulneráveis.
Além de proteger a infraestrutura elétrica, a iniciativa visa reduzir o impacto social das queimadas. Interrupções de energia podem afetar diversos serviços, incluindo hospitais e sistemas de água. Taumar Morais, engenheiro de ativos da Cemig, destaca que o sistema tem sido fundamental para evitar desligamentos e garantir energia a mais de 9 milhões de consumidores.
Quando uma equipe identifica uma queimada em andamento, capaz de danificar torres de alta tensão, o COD é informado para iniciar procedimentos de transferência de carga, evitando interrupções e permitindo ações seguras das equipes.