Advogado de Bolsonaro se reúne com Barroso e defende anulação da delação de Cid
O advogado de Jair Bolsonaro, Celso Vilardi, se reuniu nesta segunda (24) com o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF, para reafirmar o pedido de anulação da delação premiada do ex-ajudante de ordens Mauro Cid. A defesa busca que o caso seja analisado pelo plenário completo do Supremo, composto pelos 11 magistrados, e não pela Primeira Turma da corte.
No encontro, Vilardi também indicou que pretende solicitar o impedimento dos ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin, ambos indicados pelo presidente Lula, no julgamento. Apesar das iniciativas, fontes internas consideram remota a possibilidade de alteração no julgamento e na dinâmica da análise pelo STF.
Entenda o contexto das acusações contra Bolsonaro
A delação de Mauro Cid tem sido uma das bases para as denúncias feitas pela PGR contra Bolsonaro e outros 33 acusados de arquitetar uma trama golpista. Parte das evidências foram obtidas através de áudios extraídos de celulares de envolvidos, que detalham a tentativa de evitar a posse de Lula em 2022.
Nos áudios divulgados, o general Mario Fernandes, preso desde o ano passado, afirma que havia um decreto preparado para concretizar uma ruptura institucional após a derrota de Bolsonaro. Vilardi, por sua vez, minimizou o impacto das gravações, afirmando que “o material deve ser analisado no contexto e não com base em trechos isolados”.
O papel do STF e os próximos passos
A expectativa para a análise dos casos segue direcionada à Primeira Turma do STF, composta por Alexandre de Moraes (relator) e outros quatro ministros. Porém, Vilardi terá uma audiência no gabinete de Moraes nesta quarta-feira (26) para apresentar mais demandas da defesa do ex-presidente.
A defesa também pressiona por decisões baseadas em critérios além de colaborações premiadas. Em janeiro, Vilardi argumentou à Folha que “investigações e julgamentos só podem ocorrer com provas concretas e não apenas versões questionáveis de delações”.
Enquanto isso, movimentações estratégicas entre advogados e ministros seguem como peça-chave para a definição dos rumos das denúncias contra Bolsonaro e os desdobramentos judiciais relacionados ao caso.