Em sua fase final, o relatório da Polícia Federal sobre o uso ilegal da ferramenta de monitoramento FirstMile pela Abin paralela deve apresentar uma lista com pelo menos 15 indiciados. Segundo fontes ligadas ao inquérito, o documento inclui informações detalhadas sobre operações como “última milha” e “vigilância aproximada”, além de depoimentos e materiais apreendidos em investigações realizadas entre 2023 e 2024.
Nesse contexto, os investigadores estão confrontando dados e depoimentos para consolidar a análise final antes de encaminhar o relatório ao Supremo Tribunal Federal (STF), o que está previsto para acontecer em março. O relatório incluirá detalhes sobre espionagem contra auditores da Receita Federal, operação envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), e a atuação de agentes da chamada “Abin paralela”.
De acordo com o apurado, a ferramenta FirstMile foi utilizada 30 mil vezes, sem autorização judicial, durante a gestão de Alexandre Ramagem na Abin, que hoje é deputado federal pelo PL do Rio de Janeiro. Esse sistema permitiu a geolocalização de figuras públicas, como ministros do STF, parlamentares e jornalistas. Apesar da gravidade das acusações, o nome de Flávio Bolsonaro não deve estar entre os indiciados.
Em julho de 2022, um áudio revelou discussões entre Jair Bolsonaro (PL), Alexandre Ramagem, e advogados sobre estratégias para monitorar auditores da Receita Federal, complexificando ainda mais o escândalo envolvendo a Abin paralela.
Principais Pontos do Relatório
- Lista final com pelo menos 15 nomes indiciados;
- Análise aprofundada de materiais apreendidos em 2023 e 2024;
- Atuação da “Abin paralela” em espionagem contra servidores públicos;
- Uso clandestino da ferramenta FirstMile para geolocalização.
CNN apurou que o relatório trará detalhes de como as ações de monitoramento foram realizadas e quais medidas administrativas e judiciais estavam sendo planejadas contra servidores. Além disso, embora o senador Flávio Bolsonaro não esteja diretamente envolvido na lista de indiciados, a investigação lança luz sobre o impacto político dessas atividades clandestinas.
Nesta reta final, o caso levanta debates importantes sobre a utilização de ferramentas de vigilância e o respeito às leis, especialmente no contexto de uma instituição pública como a Agência Brasileira de Inteligência.
Fique atento para mais informações nas próximas semanas, conforme esse relatório chega ao Supremo Tribunal Federal.