O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou a necessidade de respeito nas negociações comerciais com os Estados Unidos. Em entrevista ao New York Times, Lula destacou que o Brasil se opõe às tarifas de 50% sobre produtos brasileiros propostas pelo então presidente Donald Trump. Ele enfatizou que não aceitará recuos na soberania do Executivo e do Supremo Tribunal Federal.
“O Estado Democrático de Direito para nós é algo sagrado”, afirmou Lula, destacando a importância da democracia. A entrevista ocorreu no Palácio do Alvorada, onde o NYT descreveu Lula como “o estadista latino-americano mais importante deste século” durante seu terceiro mandato.
Lula reafirmou a disposição do Brasil para o diálogo, mas rejeitou a subserviência. “Seriedade não exige subserviência”, mencionou ele, ao ressaltar o desejo de reciprocidade no respeito.
De acordo com o New York Times, Trump condicionou a revisão das tarifas ao encerramento do processo judicial contra Jair Bolsonaro, atualmente no STF acusado de golpe de Estado. Lula destacou a independência do Judiciário brasileiro: “Talvez ele [Trump] não saiba que aqui no Brasil o Judiciário é independente”.
Lula considerou vergonhoso que Trump use sua rede social para ameaças. “Quando você tem um desentendimento, você marca uma reunião e tenta resolver. O que você não faz é taxar e dar um ultimato,” criticou o presidente brasileiro. Ele também afirmou que a postura de Trump poderia prejudicar também o povo americano devido ao aumento de preços em produtos brasileiros essenciais.
“Nem o povo americano nem o brasileiro merecem isso”, afirmou Lula, citando que isso transformaria uma relação diplomática de 201 anos em um cenário prejudicial para ambos os países.
Negociações
Em um contexto de contínuas ações governamentais, Lula reforçou que o Brasil está aberto a negociações, sem ceder a pressões ou ameaças, reconhecendo o poder econômico, militar e tecnológico dos Estados Unidos.
Equipes ministeriais do Brasil estão atuando para negociar a revogação das tarifas, buscando abrir canais de negociação oficial com Trump para enfrentar esse desafio. Se implementadas, as tarifas previstas para o próximo dia 1º poderão exigir medidas de defesa para setores econômicos e trabalhadores brasileiros.