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Mais de 60% dos detentos de Iturama aderem à biblioteca do presídio

O Presídio de Iturama, localizado no Triângulo Mineiro, inaugurou sua biblioteca há menos de dez dias, mas já registra grande adesão dos presos ao projeto Liberdade Literária, que promove a remição pela leitura. Segundo informações da Agência Minas, o projeto já conta com a participação de 233 detentos, o que representa mais de 60% dos custodiados da unidade.

O acervo foi organizado por Fábio Igino da Silva, de 35 anos, que está envolvido no projeto de remição e expressa satisfação com a atividade. “Foi e é muito gratificante catalogar cada obra, é muito mais que um trabalho e sim uma forma de me reconectar com o conhecimento”, afirmou Fábio.

Acervo e apoio institucional

A biblioteca possui 583 exemplares de diversos gêneros literários. Estes livros foram adquiridos por meio de parcerias com empresas, instituições de ensino e diversos órgãos governamentais. O diretor do presídio, Paulo César Furtado, enfatizou a importância da biblioteca na unidade prisional, considerando que essa prática contribui para um ambiente mais pacífico e produtivo.

Outro participante do projeto, Felipe Assis, 45 anos, compartilha a transformação proporcionada pela leitura: “Eu não tinha o hábito da leitura, não tinha acesso a livros, mas estou pegando o gosto. Pretendo ler ainda muitos outros livros.”

Impacto da remição pela leitura

A prática da leitura como forma de remição de pena é incentivada em todas as prisões de Minas Gerais, com 24.625 presos já envolvidos em iniciativas de leitura neste ano, abrangendo 122 unidades prisionais. Conforme regulamentação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a cada livro lido e avaliado, quatro dias são reduzidos da pena, com um limite anual de 48 dias.

Míriam Célia dos Santos, diretora de Ensino e Profissionalização do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG), destacou o compromisso com a melhoria das bibliotecas prisionais: “Estamos comprometidos com uma implementação gradual, pautada em metas claras e ações consistentes para transformar as bibliotecas das unidades prisionais em espaços vivos de conhecimento, esperança e cidadania.”

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