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Hepatites virais têm diagnóstico e tratamento gratuitos em Minas

Ismael Henrique, de 57 anos, compartilha sua experiência após ter sido diagnosticado com hepatite B em 2000. “Minhas pernas ficavam inchadas no fim do dia. Busquei atendimento médico, fiz exames e recebi o diagnóstico de hepatite B”, relata. Desde então, ele tem mantido um tratamento contínuo com medicamentos fornecidos gratuitamente pelo SUS. “Hoje levo uma vida normal e saudável. Eu não teria condições de pagar por esses medicamentos. Recebê-los gratuitamente, a cada três meses, é fundamental para a minha vida”, afirma Ismael.

As hepatites virais são infecções que afetam o fígado, muitas vezes sem apresentar sintomas evidentes, e o diagnóstico precoce é considerado um desafio. De acordo com a SES-MG, a coordenadora de IST/Aids e Hepatites Virais, Mayara Marques, reforça a importância dos testes. “A maioria das pessoas infectadas não apresenta sinais da doença. Por isso, a testagem é fundamental. Toda pessoa deve ser testada pelo menos uma vez na vida para hepatites B e C”, explica.

Testagem e tratamento gratuitos

Os testes rápidos estão disponíveis sem custo nas unidades de saúde do estado. Enquanto as hepatites A, D e E necessitam de exames sorológicos específicos, um diagnóstico confirmado leva o paciente ao Serviço de Atendimento Especializado ou Unidade Dispensadora de Medicamentos. Minas Gerais conta com 75 unidades preparadas para dar início ao tratamento, com medicamentos disponibilizados pelo SUS. Williane Mendes, farmacêutica da SES-MG, explica que os medicamentos vêm do Ministério da Saúde e são distribuídos aos municípios pela Secretaria.

A infectologista Cíntia Parenti destaca a importância do diagnóstico precoce para evitar que as hepatites B e C se tornem crônicas e evoluam para condições mais graves como cirrose e câncer de fígado. “A hepatite C, por exemplo, tem taxa de cura superior a 95% quando o tratamento é iniciado no tempo certo”, afirma.

Crescimento de casos e prevenção

Em Minas Gerais, houve aumento dos casos de hepatite C, subindo de 1.095 em 2023 para 1.241 em 2024. A hepatite A também registrou crescimento, passando de 38 casos em 2023 para 211 em 2024 e 282 em 2025. Cíntia Parenti informa que o aumento dos casos está relacionado à transmissão sexual, destacando a importância do uso de preservativos e da higiene correta.

As vacinas contra hepatite B estão disponíveis para todas as idades, enquanto a vacina para hepatite A está incluída no calendário infantil e é aplicada em pessoas com condições especiais de saúde nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE). Em 2025, a cobertura vacinal foi de 91,53% para hepatite A e 87,20% para hepatite B em menores de 1 ano, com a meta sendo 95%, segundo o Ministério da Saúde.

Ismael Henrique é um exemplo da importância do diagnóstico e tratamento. “No início, precisei separar objetos de uso pessoal. Hoje, com o tratamento certo, não há mais essa necessidade. Fazer o teste pode salvar vidas”, conclui.

Mais informações sobre o acesso aos medicamentos podem ser encontradas em: Secretaria de Saúde de Minas Gerais.

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