A ferrugem do cafeeiro, causada pelo fungo Hemileia vastatrix, é uma das principais doenças que afetam as plantações de café, podendo reduzir em média 35% da produção. De acordo com informações da Itatiaia, essa enfermidade compromete as folhas das plantas, causando manchas e enfraquecendo o vegetal, o que impacta diretamente a produtividade.
O engenheiro agrônomo Aldir Alves Teixeira, CEO da Experimental Agrícola/illycaffè, afirma que, embora lavouras tecnicamente bem conduzidas sejam mais resistentes, são exatamente as plantações mais produtivas que sofrem maior incidência da ferrugem. “A incidência de ferrugem em plantas produtivas, comparadas às plantas cujas cargas foram retiradas, pode ser de 100% a 200% maior”, explica.
A doença forma manchas pulverulentas amareladas na face inferior das folhas. Essas manchas evoluem para massas pulverulentas de uredosporos, que causam necrose e queda das folhas, debilitando a planta e comprometendo a formação dos botões florais da safra seguinte. O clima úmido e quente favorece o surgimento dessas manchas cloróticas que caracterizam a ferrugem.
Sinais e controle da ferrugem do cafeeiro
Os sinais da ferrugem incluem:
- Manchas cloróticas, visíveis ao se observar a folha contra a luz;
- Manchas amarelo-alaranjadas na face inferior das folhas;
- Aparecimento de massa pulverulenta de uredosporos na mancha;
- Necrose de partes do tecido foliar.
O controle da doença deve ser preventivo e realizado entre os meses de novembro e abril, dependendo da intensidade das chuvas. O uso de fungicidas cúpricos, triazóis e estrobilurinas é recomendado. No entanto, devido à alta variabilidade genética do fungo e sua capacidade de desenvolver resistência, uma gestão integrada é essencial, combinando diferentes grupos químicos para reduzir a quebra de resistência dos cultivares.
Outra recomendação apresentada pelo Dr. Aldir é o retorno ao uso de fungicidas cúpricos, que, além de serem eficazes contra a ferrugem, atuam como coadjuvantes no controle de doenças como cercosporiose e mancha aureolada. “É importante que as aplicações sejam feitas com máxima incidência de apenas 5% da doença na lavoura e renovadas sempre que a infestação se aproximar desse índice”, orienta.
Além disso, medidas de manejo integrado, como o monitoramento constante das lavouras, também são fundamentais para garantir uma produção mais resistente e sustentável diante dos desafios impostos pela ferrugem e outras doenças.