A Câmara Municipal de Juiz de Fora aprovou na última terça-feira (25) um requerimento que solicita à Prefeitura a instalação de grades de proteção lateral no Viaduto Roza Cabinda, localizado na região central da cidade. A medida foi apresentada pelo vereador André Mariano (PL), em resposta aos dois acidentes fatais com motociclistas registrados no local nos últimos seis meses. Agora, o pedido segue para análise do Executivo.
De acordo com o texto do requerimento, a proposta não só sugere a colocação de proteções laterais, como também destaca a possível necessidade de nivelamento do asfalto e melhorias estruturais. Desde sua inauguração, em 29 de junho de 2024, o viaduto registrou dois acidentes fatais, com motociclistas que perderam o controle, colidiram e caíram de alturas significativas. Um dos casos ocorreu a apenas dois meses da abertura oficial, e o mais recente, no último sábado (22), resultou em mais uma vítima fatal.
Especialistas apontam falhas no projeto original
Robson Costa, especialista em mobilidade urbana e coordenador dos cursos de Engenharia da Estácio, explica que viadutos e pontes no Brasil geralmente apresentam barreiras laterais de baixa altura, o que pode não ser suficiente para conter quedas de motociclistas ou pedestres. Ele sugere a adoção de guarda-corpos e barreiras mais robustas, como estruturas metálicas similares às instaladas em Fortaleza, visando não somente prevenir acidentes como também possíveis tragédias envolvendo áreas abaixo do viaduto.
Outro ponto levantado pelos especialistas diz respeito à ausência de sinalização adequada prevista pelas diretrizes do Contran (Conselho Nacional de Trânsito). Segundo Robson, a falta de sinalização clara pode dificultar o controle dos veículos e aumentar a probabilidade de acidentes.
Exemplos práticos e soluções possíveis
Fortaleza é usada como referência para iniciativas de engenharia de segurança urbana. Lá, a instalação de barreiras metálicas no Viaduto da Avenida Raul Barbosa reduziu acidentes e também foi implementada como parte de um esforço para prevenção de suicídios. Essas barreiras garantem maior proteção tanto aos condutores quanto às pessoas no nível inferior.
Além disso, no que diz respeito aos projetos de contenção lateral, Costa detalhou que esses dispositivos devem ser escolhidos com base em critérios técnicos como deflexão, declividade do terreno e compatibilidade com demais sistemas viários. Barreiras e proteções laterais precisam atender a normas de segurança específicas, considerando, por exemplo, o espaço necessário para redirecionar veículos descontrolados sem comprometer a área da via pública.
Nota da PJF sobre a conformidade do Viaduto Roza Cabinda
Em comunicado oficial, a Prefeitura de Juiz de Fora garantiu que o Viaduto Roza Cabinda foi projetado e construído dentro das normas técnicas brasileiras, com fiscalização e aprovação do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). Porém, comprometeu-se a realizar uma inspeção técnica anual, sendo a primeira prevista para julho deste ano. Sobre o requerimento apresentado, a Prefeitura afirmou que está disponível para estudar adequações necessárias em qualquer ponto da cidade.
Enquanto isso, familiares das vítimas e a sociedade aguardam medidas concretas que possam impedir novas fatalidades. A Câmara reforça a necessidade de priorizar a segurança urbana nas vias públicas do município.
