O governo federal anunciou nesta terça-feira (25) um marco importante na área da saúde: um acordo para a produção da primeira vacina 100% nacional e de dose única contra a dengue, desenvolvida pelo Instituto Butantan. A expectativa é que 60 milhões de doses sejam produzidas anualmente a partir de 2026. A medida surge em meio a uma crise política envolvendo a ministra da Saúde, Nísia Trindade, que enfrenta críticas e especulações sobre sua possível substituição.
Avanço na luta contra a dengue
Até o momento, as únicas vacinas disponíveis no Brasil são importadas e têm produção mundial limitada, restringindo sua oferta pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a crianças entre 10 e 14 anos. Com a vacina do Butantan, a imunização será ampliada a brasileiros de 2 até 59 anos, proporcionando maior cobertura contra uma doença que bateu recordes em 2024, com 6.041 mortes e um aumento alarmante de 400% nas fatalidades.
Objetivos e desafios do imunizante
O imunizante está em fase final de desenvolvimento, aguardando registro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A iniciativa tem como meta transformar a vacinação no principal meio de enfrentamento à dengue no Brasil, com um investimento total de R$ 1,26 bilhão pelo governo.
Impacto político
Segundo fontes internas, o anúncio é visto como uma estratégia para que a ministra da Saúde, Nísia Trindade, deixe o cargo de forma honrosa, após uma gestão alvo de críticas por ações consideradas insuficientes no enfrentamento à dengue e na articulação política. A provável sucessão deve ser liderada por Alexandre Padilha, atual ministro das Relações Institucionais e ex-ministro da Saúde durante o governo Dilma Rousseff.
Preocupações futuras
O Ministério da Saúde também alertou para o aumento do sorotipo 3 do vírus da dengue, que foi uma das maiores preocupações em 2024. Para 2025, a pasta aposta em novas tecnologias e no desenvolvimento do imunizante para evitar que cenários alarmantes se repitam.
Com a expectativa de ampliar a imunização de grupos mais vulneráveis e reduzir os casos da doença, a produção nacional da vacina do Instituto Butantan transforma-se em um marco tanto na saúde pública quanto na esfera política do país.