Em entrevista à CNN, os brasileiros Luckas Viana dos Santos e Phelipe Ferreira contaram sua experiência como vítimas de tráfico humano em Mianmar, no Sudeste Asiático, onde foram mantidos em cárcere privado por três meses e submetidos a torturas constantes. Os dois jovens foram atraídos para a região por falsas promessas de trabalho em call centers e acabaram forçados a participar de um esquema de golpes virtuais.
De acordo com os relatos, ambos tiveram seus pertences confiscados ao chegar, sendo obrigados a realizar tarefas ilícitas sob ameaça de punições severas e desumanas caso não atingissem metas diárias e mensais. Entre as punições estavam choques elétricos, espancamentos, exercícios dolorosos e tarefas físicas extenuantes. Luckas narrou parte do drama vivido: “Teve uma vez que eu recebi essa punição que eu tive que fazer 100 agachamentos em cima de uma plataforma com uma espécie de prego.”
As vítimas também mencionaram a aflição psicológica de acreditar que jamais seriam resgatadas. “Teve um momento que eu achei que não sairia mais de lá”, contou Luckas. O resgate só foi possível graças à atuação de uma ONG, que apoiou as famílias dos jovens no envio de pedidos de repatriação à Defensoria Pública da União (DPU). Após conseguirem fugir por meio de ajuda local, ambos foram encaminhados à embaixada brasileira em Bangkok, na Tailândia, antes de finalmente voltarem ao Brasil.
O caso serve de alerta contra golpes envolvendo falsas ofertas de trabalho no exterior e reforça o impacto devastador do tráfico humano. Segundo especialistas, é fundamental buscar informações confiáveis e suporte de instituições antes de aceitar propostas de trabalho em outros países.
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