O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) deu início às obras do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), que será o maior centro brasileiro de pesquisa voltado para aplicações da tecnologia nuclear, localizado em Iperó, no interior de São Paulo.
O RMB contará com um reator nuclear de pesquisa cuja radiação será utilizada em diversas áreas: medicina, agricultura, indústria e meio ambiente. Além disso, o centro terá um papel fundamental nos testes do combustível do submarino nuclear brasileiro, atualmente em desenvolvimento no Centro Industrial Nuclear de Aramar, da Marinha Brasileira, também situado em Iperó.
Autossuficiência na Saúde e Avanços Tecnológicos
Durante a cerimônia de início das obras, a ministra Luciana Santos destacou a importância do RMB na produção de radioisótopos essenciais para a medicina, como o Molibdênio-99, que é primordial para obter o Tecnécio-99m, amplamente utilizado em diagnósticos médicos, especialmente no tratamento do câncer. O projeto visa garantir a autossuficiência nacional, reduzir os custos de importação e ampliar os serviços médicos para a população.
Outro benefício do RMB será o desenvolvimento de combustíveis nucleares e materiais para reatores das centrais nucleares brasileiras, além de impulsionar novas tecnologias, como os pequenos reatores modulares (SMR).
Investimentos e Prazos do Projeto
O empreendimento, que tem previsão de conclusão em cinco anos, conta com um investimento estimado de R$926 milhões até 2026. Em 2024, já estão contratados mais de R$300 milhões para o desenvolvimento do centro de pesquisas. Este projeto é considerado um marco na ciência e tecnologia nuclear do Brasil.
Impactos para Diversos Setores
- Setor Médico: Nacionalização e autossuficiência na produção de radioisótopos usados em tratamentos de saúde.
- Agricultura e Indústria: Aplicação de tecnologia nuclear para melhorar produtividade e processos.
- Defesa: Realização de testes fundamentais para o desenvolvimento do submarino nuclear.
O RMB promete transformar o Brasil em um líder no uso de tecnologias nucleares, consolidando avanços em saúde, defesa e inovação industrial.