As eleições na Alemanha trouxeram um cenário político instável, demonstrando o desafio de liderança que Friedrich Merz, líder vencedor, enfrentará. Com um dos piores resultados da história da União Democrata Cristã (CDU), Merz terá que superar a falta de uma maioria de dois terços no Bundestag para implementar mudanças na Constituição, incluindo o aumento de orçamento para defesa nacional. A promessa de enfraquecer a ultradireita também não foi cumprida, com esse espectro político dobrando de tamanho em relação às eleições de 2021.
Essa situação política ocorre num contexto global delicado, com potências como China e Rússia desafiando os blocos tradicionais liderados pelos Estados Unidos. No cenário europeu, Merz, que agora carrega o peso de ser considerado “o homem-forte da Europa”, enfrenta pressões internas, incluindo crescente polarização de jovens eleitores para os extremos políticos.
Desafios Globais e Nacionais
Internamente, Merz aparece como um líder inexperiente – ele nunca governou sequer uma prefeitura – colocado sob holofotes em um dos momentos mais críticos para o papel da Alemanha no rearranjo da ordem mundial. Globalmente, vemos uma crescente fratura nas alianças ocidentais, agravada pela postura isolacionista de Donald Trump nos Estados Unidos e pela circulação de discursos de domínio bilateral entre Vladimir Putin e Xi Jinping.
O líder alemão terá de consolidar sua autoridade interna enquanto lida com a resistência popular a políticas de centro e o crescente inconformismo com as antigas alianças europeias. A normalização da ultradireita e a fragmentação do eleitorado são desafios que pressionam ainda mais o gabinete de Merz.
Será esta a liderança que a Alemanha e a Europa precisam em meio ao caos geopolítico? O tempo dirá se Merz conseguirá transformar-se em uma figura política que transcende as adversidades internas para reafirmar a relevância do bloco europeu no cenário global.