No dia 28 de agosto de 2009, Brasília foi palco de um dos crimes mais chocantes de sua história: o brutal assassinato do ex-ministro do TSE José Guilherme Villela, sua esposa Maria Carvalho Villela, e sua empregada, Francisca Nascimento da Silva. Eles foram encontrados mortos em um apartamento na quadra 113 Sul, com mais de 70 facadas, em um caso que ganhou forte repercussão nacional.
Sem testemunhas e sinais de arrombamento, levantou-se de início a hipótese de um latrocínio. Contudo, as investigações deram uma guinada inesperada, apontando a filha do casal, Adriana Villela, como possível mandante. Dez anos depois, em 2019, Adriana foi condenada a 67 anos de prisão no júri popular. No entanto, sua defesa entrou com recurso junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), contestando o resultado.
O caso teve diversos elementos controversos. Uma delegada foi condenada por forjar provas, enquanto pareceres de uma vidente influenciaram os rumos iniciais da investigação. Além disso, houve a descoberta de um dossiê escrito à mão, jogado em uma fossa sanitária em Minas Gerais, que reafirmava a tese de crime encomendado. Adriana, no entanto, sempre manteve sua inocência.
Reviravolta e atuação do Innocence Project
Em 2024, a ONG Innocence Project, reconhecida por revisar injustiças judiciais, assumiu o caso. Após entrevistas e revisões de depoimentos, como o do condenado Paulo Cardoso Santana, surgiram novas informações que contestam a acusação contra Adriana. O caso agora está nas mãos do STJ, com um julgamento marcado para o dia 11 de março de 2025, que pode determinar a anulação do júri e a realização de um novo julgamento.
Documentário “Crime da 113 Sul”
Os detalhes desse crime emblemático são revisitados no documentário exclusivo do Globoplay, “Crime da 113 Sul”, que apresenta novas revelações sobre o caso. A produção inclui entrevistas inéditas, análises de documentos judiciais e vídeos ainda não divulgados. Adriana Villela também concede sua primeira entrevista detalhada sobre o processo, revelando pontos obscuros de sua condenação e aspectos negligenciados pela investigação inicial.
A repercussão do caso continua, refletindo não apenas sobre o sistema judiciário brasileiro, mas também sobre as consequências de investigações falhas. O julgamento do STJ tem o potencial de reescrever uma das histórias criminais mais impactantes de Brasília.
